Minha pequena fez um aninho e faço aquela pergunta que sai da boca de toda mãe:
¨por que é que eles crescem?¨.
Conforme vão aprendendo, nos os perdemos.
Não como filhos, isso é para sempre!!!
Mas cada vez mais a vida os convida a experimentar o que ela oferece.
E eles vão inocentes e curiosos.
Arriscam se distanciar,
pois sabem que estamos logo atrás.
Qualquer sufoco sabem para onde voltar.
Sabem onde é seguro.
Sou o tipo de mãe que adora observar o desenvolvimento dos meus filhos.
Anoto datas: primeiro passinho,
primeira palavra, primeiro ¨dodói¨...
Graças a Deus tenho a oportunidade de estar presente em cada fase pela qual eles passam.
Quando estiverem grandes, poderei contar a eles as travessuras que aprontavam quando eram pequenos.
E quando esse dia chegar vou ter muitas lembranças guardadas,
que me farão companhia enquanto eles tecem seu próprio amanhã.
Pensar nisso denota uma certa tristeza,
porque fica subentendido que até lá estarei mais velha e sem meus bebes para cuidar.
Mas, já penso nos netos que vou ganhar e meu coração aceita resignado esse ciclo.
Tenho uma família tão linda e feliz.
É uma pena que não seja assim para todos.
Minha felicidade muitas vezes se depara com a infelicidade de muitas crianças.
Enquanto vejo os meus filhos com cara de criança feliz,
vejo muitas outras crianças trazendo no rosto a expressão da fome, da dor e da tristeza,
ao invés de um sorriso.
Isso me atinge na alma e me revolta.
Faço parte dos que ainda não se acostumaram com a falta de sorte alheia.
E ainda me assusto com o descaso daqueles que conservam a ¨cortina da indiferença¨ estampada no rosto.
Não tem como ignorar que perto da gente pode ter alguém estendendo a mão, pedindo ajuda.
Podem ser muitas maozinhas.
E seria legal se pudéssemos agarrar algumas e oferecer pelo menos o básico a elas.
Infelismente, existem essas diferenças entre os homens.
Existem as antíteses, os paradoxos, os antônimos.
O mínimo que poderia ser feito é que os pais cuidassem bem do seu próprio filho.
Assumir a responsabilidade por ele e conduzí-lo por um bom caminho.
Assim não teriam tantas crianças sobrando, sem amparo, sem destino.
Por isso cuido bem dos meus para que eles não sobrem no mundo e sejam alguém que tenha passado, presente, futuro
e lembranças boas da vida.
Sou feliz por ser mãe de verdade e merecedora de toda a alegria que vem dos meus filhos.
E também por me importar com os filhos que não são meus.
(Akemi de Queiroz Sakaguchi)
(Akemi de Queiroz Sakaguchi)