Eu caminhei por um bom tempo
e não reconheci o lugar.
Procurei algo familiar, mas era tudo estranho.
Era a primeira vez que eu estava ali.
As pessoas passavam por mim e sorriam.
Pareciam felizes,
desprendidas de qualquer problema.
Estavam leves e livres da dor e da tristeza.
Eram a expressão da paz.
Uma paz que irradiava luzes de quietude.
E essas luzes me tocavam e me envolviam
num abraço acolhedor.
Então, comecei a me sentir melhor.
Em mim, nada mais era dúvida e confusão.
Eu estava plena da certeza.
E meu coração, sempre apressado,
agora estava batendo baixinho.
Dessa vez não era um sonho.
Eu podia sentir o perfume das flores.
Eu podia ver o vento brincar
nas folhas das árvores.
Eu podia escutar o canto das aves.
Eu podia fechar os olhos e ainda sentir
toda aquela harmonia.
Eu sentia a vida festejar.
A minha vida estava dando pulos de alegria.
Eu estava no lugar onde sempre quis estar:
Dentro da minha própria consciência.
E ela não estava pesada,
frustrada ou coisa assim.
Ela estava limpa, arrumada,
talvez um pouco ansiosa.
Mas, estava pronta para o que der e vier.
E o melhor de tudo, eu estava bem acordada.
(Akemi de Queiroz sakaguchi)
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