sábado, 22 de outubro de 2011

A última que morre


Em alguns momentos,
a vida nos pressiona demais,
ou será que somos nós que temos muita pressa?
Ou medo, de não conseguir ser feliz?
Nessas horas as escolhas podem ser erradas,
podem nos levar a lugares ermos, tristes.
...
Abri uma porta,
porque eu precisava respirar um pouco.
Olhei lá fora e vi um mundo
desconhecido, novo:
Sem você limpando meus óculos,
 carregando o meu celular.
Sem nós e as crianças
 amontoados na mesma cama.
Sem nossos planos e até as nossas brigas.
Por um momento um cansaço me empurrou para o lado de fora.
Foi bem nessa hora que senti saudades
de tudo o que temos.
E no último segundo me agarrei a porta
e entrei de volta.
Fiz outra escolha,
talvez a mais difícil que já fiz.
Porque dessa vez,
tive que dar a última coisa que tinha:
A esperança.
Que eu mantinha guardada, feito Pandora.
Onde eu depositava todas as nossas chances.
E ela agora nos protege,
nos ensina a ter calma.
Ela também aquece nossos corações enquanto a distância nos esfria.
A nossa mártir, a última que morre.
...
Existem momentos na vida,
 que precisamos ir mais devagar.
Encarar nossos medos
e escolher nossa sorte sem pressa.
Se for o caso,
 parar um pouco para descansar,
recuperar o fôlego, as energias e continuar.


(Akemi de Queiroz Sakaguchi)




Nenhum comentário: