segunda-feira, 30 de novembro de 2009

Pensamentos brancos



Saudades de estar aqui!!!


Pensei no blog esses dias. Não postei nada porque fui impedida pelo ritmo vibrante da minha vida.
Mesmo assim, correndo pra lá e pra cá, realizando minhas tarefas, meus pensamentos fluíam e faziam um turbilhão na minha cabeça, como que querendo saltar para uma folha de papel.
Acabei fazendo rascunhos por onde andava!!!


Quero escrever sobre muitas coisas ¨brancas¨, coisas que fazem bem!!!
Num mundo tão cheio de guerras: Guerra contra a natureza;
Guerra contra a humanidade;
Guerra contra a paz.
Precisamos aliviar nossos pensamentos com coisas leves.
Um bom começo e olhar pra dentro de nós, ver nossa essência, buscar nosso equilíbrio de sentimentos e ações.
Um auto-questionamento nos faz pensar na vida e que papel desempenhamos nela.
Podemos escolher viver no nosso submundo, vivendo cada dia da maneira que achamos melhor, mas isolados e alheios aos problemas do mundo.


Espera aí!!!


O mundo em que vivemos! Todos!!!
Mas o que temos a ver com ele se podemos ignorá-lo e viver e morrer de qualquer jeito.
Aí é que está!!! penso muito nisso.
Na nossa passagem por aqui, sem entrar em religião, mas citando apenas que chegamos de algum lugar e vamos para outro, ou não!!!
Vou contar uma história bem legal, relacionada ao assunto, que acontece na minha vida:


Pois bem!


Meu filho de 9 anos está naquela fase de querer entender a vida e a morte. Sempre me fala que não queria que eu morresse e as vezes até se emociona.
Eu me seguro é claro! A última coisa que quero é deixá-los sozinhos.
Explico a ele que morrer não é o fim, com crianças não podemos ser tão radicais, a cabecinha deles não está preparada para isso.
Mas digo que, certamente, um dia todos iremos morrer, mas como vamos morrer é a grande diferença.
Podemos morrer felizes, satisfeitos, amados e orgulhosos da nossa vida.
E podemos morrer tristes, frustrados, sozinhos, abandonados à própria sorte.
A sensação de paz e de dever cumprido tem a ver com a forma de como vivemos, com valores que tomamos como regras básicas para viver bem, com a gente mesmo e com os outros.
Falo para o Henrique que se eu conseguir ensiná-lo coisas boas, dignas de um homem, já é um motivo para eu ¨seguir¨feliz.
Ensino a ele que até pra ter dinheiro temos que ter preparo, maturidade e capacidade para administrá-lo e usufruí-lo da forma mais correta.
De que adianta eu deixar riquezas materiais para meus filhos e não deixar o mais importante!


¨O aprendizado necessário para possuir qualquer coisa.¨ Até a fé!


Falo mais uma vez do amor ( o Astro do blog), mas não dele por si só!
Do amor à vida.
O amor que está presente em cada ser vivo e em suas relações com o mundo em que vivemos.


¨A biodiversidade do Amor¨


É o que quero deixar para meus queridos, assim é mais fácil se desprender das coisas daqui e mais fácil ainda acreditar que eles vão se sair bem!
Quando temos amor à vida, damos valor a cada parte que a ela pertence, e nós somos uma parte, assim como a natureza.


Vamos pensar então em tudo isso!


Vou sugerir um filme: O resgate do soldado Ryan.
Pra mim, a cena que descreve a moral do filme, é a parte que ele está no cemitério. E diz mais ou menos assim:


¨Espero ter feito da minha vida a mais digna possível para merecer viver, quando tantos morreram tentando me salvar¨.


Bem, tenho certeza que não foram exatamente essas palavras, mas foi algo assim!!!
Essa cena mexeu comigo e passei a usar como um referêncial na minha vida.
Quantas pessoas viveram e vivem por mim.
Minha mãe, meu pai, meus irmãos, meus filhos, meu marido...
Não posso pensar que só eu vivo pelos outros.
Tem uma frase do pequeno príncipe, que é a seguinte:


¨És responsável por aquilo que cativas¨


Acho que dessa vez acertei!!!
kkk!!!
Já disse que sou péssima com frases.
Agora pense e responda.
O que você faz da sua vida é problema seu?
Não sei vocês, mas o que eu faço da minha vida diz respeito a tudo que me relaciona, inclusive ao mundo em que vivo.
Pois é amigos, mais um pensamento branco, cheio de amor e paz para vocês.
Mais uma pergunta, pra refletir!!!


Como você quer morrer?


Feliz?


Triste?


Encontre sua resposta e faça a sua vida valer à pena!!!




Eu vou indo!


Vocês não vão acreditar, mas escrevi esse texto em pé, andando, sentando...


rs...


Um beijo em todos!!!


Até logo!!!




quarta-feira, 25 de novembro de 2009

Nossa corrente




Arranjei um tempinho pra dedicar ao blog. Estou com a agenda cheia!!!


Rs...


Faço piada, mas é a pura verdade. Estou tentando até prolongar meu dia dormindo menos, menos ainda do que eu já dormia.
Acho que já comentei aqui sobre o vestibular que vou fazer. Pois bem, será no dia 13 de Dezembro. Tenho estudado todos os dias, pois decidi muito em cima da hora e fiquei com pouco tempo para me preparar.


Espero em breve dar a boa notícia de que passei.


Queria falar mesmo é da comunidade, que pra mim é um dos assuntos mais importantes do blog.
Apesar de não ter conseguido reunir minhas amigas solidárias para a primeira reunião, os trabalhos da comunidade já começaram e até agora o objetivo de mandar as doações todos os meses está se cumprindo.
No mês de Outubro mandamos três caixas cheias de brinquedos usados para o Amapá, onde nossa amiga solidária Branderly realiza vários projetos com crianças. Os brinquedos serão distribuídos no Natal, mas nossa intenção não é só fazer isso nas datas especiais, pois todos os dias se vive, não é mesmo!!!
As doações de Novembro, foram para a Bahia e serão distribuídas pelo nosso amigo solidário Renan que através do seu site de notícias tem um contato direto com populações carentes, dentre elas um bairro muito pobre, que fica na cidade de Itabuna. Desta vez foram enviadas roupas usadas.
E assim, todos os meses vamos pintando o Brasil com a nossa ajuda solidária.
Não tinha a intenção de relatar as ações da comunidade aqui no blog, mas pensando bem acho muito bom espalhar para todo mundo esse ato de generosidade, quem sabe contagia!!!
Não quero promover ninguém, muito menos ganhar ibope para a comunidade crescer. Acredito que gradativamente vamos conquistar nosso espaço, um espaço aberto para todos que queiram ajudar.
Muita gente ajuda e fica no anonimato.
Não sei porque!!!


Quem ajuda de coração não tem que se esconder, é um ato deliberado e sincero.
Eu mesma não perderia meu tempo ajudando os outros, mas faço porque faz parte dos meus ideais e me orgulho disso.
Não espero que com isso as pessoas me elogiem.
Não me importo!!!
O que mais quero é que essas pessoas me copiem, me sigam!!!
A hipocrisia deixo para políticos corruptos e afins, que em suas campanhas abusam da má fé para enganar e iludir os necessitados que se agarram em qualquer promessa.
É incrível, mas toda vez que escrevo aqui meu pensamento tende para o lado político, por que será???
Nem vou começar esse assunto, que dá muito ¨pano pra manga¨.


Deixa pra lá!!!
Acabou meu tempo.
Vou, mas volto!!!
Um beijo pra todos!!!
Bye!!!

segunda-feira, 23 de novembro de 2009

O amor em mim



Hoje eu vim falar do meu amor.
Daquele que sinto e que alimenta o meu ser.
Um sentimento que ignora o tempo e nunca se acaba.
Tem a força e o poder, que nem o coração consegue vencer.
As vezes tão sereno e tão cheio de si.
Outras vezes tão inquieto e inseguro.
Um sentimento tão intenso que não consegue se conter.
Que não consegue se esconder.
Nem mesmo se esquecer!
Não existe saída e nem mesmo a vontade de encontrá-la.
Pois o mesmo amor que fere também cura.
Encontrei você no desejo oculto de ser feliz.
Quando eu já nem sonhava mais amar.
Estou presa nas asas da sua liberdade.
E entregue a ilusão de ser sua.
Pra sempre sua.
Esse amor que não teve coragem de fugir.
E também não sabe como ficar,
Aprende na inocência do querer e se perde na impudência do prazer.
Menino levado que só quer brincar.
Mas que guarda em sua essência a verdadeira arte de amar.
Sem você não consigo viver.
E com você eu hei de morrer.
Porque você está em mim.
Agora e sempre!





domingo, 22 de novembro de 2009

Correndo atrás...


Nossa! Ainda é segunda-feira e já estou cansada!!!
Desde que me envolvi com a comunidade e com a faculdade que pretendo fazer ( pela Internet), ando com estafa mental. Quando eu prestei vestibular pela primeira vez, não precisei dividir muito meu tempo, pois não trabalhava, só estudava!!!
Estou passando por um momento decisivo na minha vida.
Passei tantos anos aqui, bitolada! Cheia de limites que eu mesma criei pra mim, porque achava que não adiantava eu fazer nada concreto, como estudar. Ainda porque eu voltaria ¨logo¨ para o Brasil e lá eu começaria do zero.
Perda de tempo!
Pura bobagem!
Comodismo!
É claro que eu tive as minhas ocupações. Na verdade, sempre estive muito ocupada com o meu trabalho, meus filhos, minha casa, mas não considero esses, motivos fortes o bastante para eu não ter realizado a tempo os meus sonhos.
O que me impediu foi a falta de auto-confiança. Tive medo de arriscar, medo de apostar em mim, medo de falhar e não dar conta de tudo.
Não é fácil conciliar estudo depois que os filhos nascem. Por isso convém estudar primeiro e só depois constituir família. É uma sequência inteligente e segura para um futuro mais estável.
Porém, nem sempre acontece na ordem mais perfeita, pelo menos pra mim, foi o ¨avesso, do avesso, do avesso.¨
Não costumo arrepender-me das escolhas que faço, mas sou bem sistemática quanto as consequências que ela trazem na minha vida.
Uma vez que faço a escolha errada, não perco tempo lamentando.
¨O que está feito, está feito!¨
Dali pra frente a vida continua e o melhor a fazer é tentar acertar!
Sempre!!!
Alterei os acontecimentos da minha vida. Parei de estudar para ter meus filhos e agora que eles estão crescidos e não são tão dependentes de mim, vejo a oportunidade de continuar meus estudos e me tornar profissional na área que quero.
Meu desafio agora é estudar, trabalhar, cuidar da minha família e da minha casa. Estou excitada com tudo isso e se antes eu sentia meus sonhos distantes, hoje me sinto cada vez mais perto de realizá-los.
Eu posso ter perdido o momento ideal, mas ainda tenho tempo!
E mais!!!
Eu tenho vontade, coragem e perseverança.
Conheço muita gente que tem potencial, que são inteligentes, mas que ainda não encontraram determinação em suas vidas. Ainda estão¨olhando pela janela¨. Porém, assim como aconteceu comigo torço para que ¨uma hora dessas¨ essas pessoas decidam ¨passar pela porta¨ e correr atrás dos seus sonhos.
Meu tempo é curto, mas gosto de estar aqui escrevendo e passando pra vocês um pouco de mim, um pouco do que penso e quem sabe um pouco de estímulo.
Vamos em frente!!!


Uma ótima semana para todos!


bye, bye!!!



sexta-feira, 20 de novembro de 2009

Clube da Luluzinha




Porque só mulheres?


Muita gente me faz essa pergunta quando falo da comunidade mulheres solidárias. Acham até que é um movimento feminista, mas não é não!!!
Os homens não fazem parte diretamente como membros, mas indiretamente nos ajudam, apoiando e dividindo as tarefas que temos com a casa e com os filhos para que possamos dedicar um tempo para a comunidade.
Assim, não precisamos nos ¨desdobrar¨para cumprir nossa jornada diária, que ¨cá pra nós¨não é ¨mole¨.
Aqui no Japão, geralmente, as fábricas começam o primeiro turno de trabalho às 8 h, complicado né! Ainda mais para quem tem filhos, pois estes devem estar na babá, creche ou escola antes de os pais saírem para o trabalho, ou seja, mais cedo ainda.
Por isso todo mundo é obrigado a acordar sem o sol. Pais, filhos e eu, que sou a babá!!!
Os pais ficam na fábrica o dia inteiro¨presos¨sem poder sair. Entre as horas de trabalho podem fazer, em média 10 minutos de descanso, uma vez pela manhã e uma vez pela tarde, além da hora do almoço que dura mais tempo, em torno de 40 minutos, na maioria das fábricas. Quando fazem hora-extra tem que estender a jornada de trabalho das 18 h (horário que normalmente saem) para 21, 22, 23 h, depende do tanto de horas extras que o trabalho exige.
Agora imaginem, o trabalho não acaba por aí, chegando em casa tem mais!!!
Não é à toa que a maioria já sai da fábrica desanimado, pensando nas coisas que ainda tem que fazer, principalmente as mulheres, que já nasceram de avental e vassoura na mão ( rs...aqui é aspirador de pó).
Muita gente não entende, mas existe uma diferença muito grande entre homens e mulheres, que são da natureza de cada um, características peculiares que, dizem muitas teorias, fazem parte da nossa herança evolutiva, mas isso é um outro assunto.


Continuando...


Essas diferenças são decisivas na divisão de tarefas, entre homem e mulher, dentro da casa. Para quem não aceita essas diferenças as brigas e reclamações são frequentes, mas uma grande minoria entra em acordo e consegue distribuir suas funções de maneira justa.
Eu, particularmente, prefiro entrar em acordo, não que eu não tenha tentado mudar a minha sina, tentei e muito!!! Mas não sou ¨cabeça dura¨.
No meu caso, que sou dinâmica demais, meu marido até tenta fazer as coisas que eu faço, mas no ritmo dele, e isso, acreditem! Pode levar horas, até dias, kkk!!!
Como tenho pressa acabo fazendo antes dele e não tenho o direito de reclamar. Afinal, a impaciência é minha.
Todos nós temos ritmos, velocidades diferentes para realizar nossas ações, sejam elas, físicas ou mentais. O fato é que a paciência não é um dom abundante no ser humano, o que implica na hora de ponderar e aceitar a incapacidade do outro.


Sábias palavras né!?


Quem me dera ser tão simples assim como escrevo. O problema é que tem certas combinações como cansaço e TPM que me fazem esquecer de tudo isso. Nessa horas, confesso! Se eu estiver de vassoura na mão, meu marido pode até me confundir com uma bruxa.


Rs...


Do que falávamos mesmo?


Ah, das mulheres solidárias, pois bem!!!


Outro motivo pelo qual eu escolhi só as mulheres, está intrinsecamente ligado a sua natureza, que é a sua sensibilidade, a sua meiguice, a sua delicadeza...
Nós mulheres nos ¨envolvemos¨mais com os problemas alheios. Não tenho nada contra os homens, conheço muitos que abraçam causas muito importantes, como os missionários. Mas, nas condições em que eu minhas amigas solidárias vivemos aqui no Japão tive que inventar uma ¨fórmula¨ que desse certo para todos.
Acho que não restam dúvidas agora!
Bom final de semana para todos!!!


Beijinhos!!!



quinta-feira, 19 de novembro de 2009

Um pouco da minha vida aqui...



Pensei em tantas coisas relacionadas a minha vida aqui no Japão. Voltei no tempo e consegui me ver chegando aqui pela primeira vez. Eu tinha 20 anos, vim pra ficar dois anos e já estou há mais de 10!!!
O tempo !!!

Como passou rápido e ainda há tanta coisa que quero, que desejo, que planejo.

Porém, o meu maior sonho já está realizado. O de ser mãe!

Que considero ser a melhor parte de mim, a maior experiência da minha vida.

O amor que tenho pelos meus filhos me faz ser especial, uma ¨heroína¨, que quase nunca adoece, só pra não falhar, só pra não faltar em nenhum momento da vidinha deles.

Ser mãe me faz desejar um mundo melhor pra que eles possam ficar bem quando chegar a hora de deixá-los seguir sozinhos.

Muitas vezes peço a Deus saúde, do resto eu agradeço!!! Mas ter saúde é ter mais vida e mais tempo para ensiná-los a viver, mas tempo para dar-lhes amor e para vê-los crescer.

É um sentimento tão renovador que ainda tenho vontade de ter outros. Na verdade, eu gostaria de ter 5 filhos, mas não é fácil assim, como ter um bem qualquer. Quando decidimos ter um filho, mesmo que venha por descuido, sem ser planejado, a natureza que Deus nos deu ainda nos permite 9 meses de reflexão e preparação.

Nosso corpo sofre mudanças e nossa concepção sobre a vida também. Acontece um sincronismo perfeito e de repente somos ¨mais¨do que éramos.

Mais fortes, mais responsáveis, mais humanas, mais amáveis, mais tementes a Deus...

É claro que também ficamos mais ¨chatas¨, mais ¨certas¨, mais ¨paranoicas¨, mudanças quase que involuntárias, que mais parecem um dispositivo programado para disparar assim que nos tornamos mães.

Quem nunca achou sua mãe exagerada? A minha é!!! Mas agora que eu também sou, entendo seus repentes e suas ¨nóias¨.

Eu não teria planejado melhor o nascimento dos meus filhos, não aqui nesse lugar onde estava só de passagem, mas foi aqui que tudo aconteceu e de certa forma gostei!!!

Um lugar seguro, organizado, com leis rígidas, mas funcionais.

Aqui nessa terra fria reformulei meus valores e preceitos sobre várias coisas. Uma delas é o trabalho, que pra mim não significa só ganhar dinheiro, representa muito mais que ter um salário no final do mês.

O trabalho dignifica e aprimora aqueles que fazem dele um meio de vencer na vida. Não pelas coisas materias, mas pelo crescimento pessoal, pelo refinamento do ser.

Gosto de trabalhar, não sei ficar ociosa e detesto sentir preguiça, indisposição. Estou sempre fazendo alguma coisa, qualquer coisa!!! Meu corpo está sempre em movimento, até danço pra não ter que ficar parada, rs...

Tenho a sorte de trabalhar e cuidar dos meus filhos, sem ter a necessidade de deixá-los em creches ou babás.

Quando precisei trabalhar em fábricas fiquei com medo de deixar meu filho em creches, porque apesar do movimento dekasegui ( trabalhadores temporários, vindos de outros lugares) já existir há anos, infelizmente, ainda não temos estrutura familiar como os ¨japas¨tem. Por isso, o tempo que ficamos ¨presos¨dentro da fábrica independe do tempo que devemos ficar com os nossos filhos.

Em tempos de crise, quando o trabalho fica escasso, fica difícil até faltar no serviço pra levar a criança ao médico, pois até isso é motivo de demissão. Sei bem disso, pois cuido dessas crianças, filhos de dekaseguis, e já cuidei de muitas ¨ardendo¨ em febre porque os pais pressionados não tinham outra escolha, a não ser confiar em mim o filho doente.

Contudo, esse é um estilo de vida que já estamos acostumados, ainda porque muita coisa melhorou e também existe o outro lado, o que compensa.

A qualidade de vida que temos e que podemos oferecer para eles, não se consegue em qualquer lugar e aqui isso é possível! E não tem nada melhor do que criar nossos filhos em boas condições.

Meu filho mais velho tem 9 anos e estuda em escola brasileira. Ao contrário do que muitos pensam, não somos obrigados a conviver com os japoneses, só porque estamos no Japão.

O brasileiro sempre dá um ¨jeitinho¨ e ao longo dos anos acabamos trazendo um pouco do Brasil para cá. Temos escolas, restaurantes, danceterias, igrejas, lojas e comunidades brasileiras que se integram dentro do espaço que por nós foi conquistado.

Assim sendo, muitos decidem até morar aqui e os que pretendem voltar, como eu!!! vão aguentando um pouco mais.

Acredito que minha realidade não é muito diferente de muitos que vivem aqui, pois mesmo tendo conquistado o nosso espaço ainda somos obrigados a viver em torno dos limites estabelecidos pelo país, o que é muito natural e necessário. Graças a isso o ¨jeitinho malandro de ser¨do brasileiro não tem espaço para se expandir e os que se aventuram acabam se deparando com as severas leis de punição para quem comete infrações.

Costumo pensar que o brasileiro que chega aqui torto, se não endireita, pelo menos volta mais civilizado e mais trabalhador, rs...

Bem, meu tempo acabou, tenho agora outras coisas para fazer, mas volto logo...

Escrever me faz bem, sempre fez!!!


Até mais!!!


bye!!!








quarta-feira, 18 de novembro de 2009

Mulheres solidárias



No dia 19 de outubro de 2009, decidi que a minha vontade de ajudar o próximo viraria realidade. Apesar de já estar envolvida com pequenas doações, percebi que estas poderiam crescer e mais pessoas poderiam ajudar, espontaneamente, cada um fazendo a sua parte.

E foi assim, que surgiu a comunidade das mulheres solidárias, que tem como objetivo principal o envio de roupas e brinquedos usados para comunidades, ou instituições carentes no Brasil.

Não é fácil reunir um grupo de pessoas com o mesmo ideal, pois muita gente só ¨pensa¨em ajudar, mas não vai em frente, não faz acontecer! Mesmo sabendo disso convidei algumas amigas e me surpreendi com a adesão de todas. Fiquei muito feliz e mais perseverante ainda.

Muitas vezes, deixamos de pedir ajuda porque generalizamos as pessoas, mas isso é tolice!!!

Não podemos ser tão radicais e orgulhosos, pelo menos não nesse caso, onde a miséria dos outros não espera pela iniciativa de quem pode ajudar. Por isso eu não tive medo de pedir ajuda, de pedir reforço e apoio para criar a comunidade.

Respeito a reserva, talvez afastamento, de certas pessoas em relação aos problemas alheios, pois cada um traça seus planos na ordem que quer e, principalmente, vive do jeito que almeja. Eu mesma já pensei em primeiro estudar, ficar rica e depois ajudar. Mas não fui capaz de ignorar a dificuldade que muitas pessoas tem de ¨sobreviver¨.

Pretendo fazer muito ¨barulho¨e espalhar a consciência, não como uma religiosa fanática, mas através dos meus atos, da minha entrega a essa causa, que considero necessária, além de ser dignificante.

Não basta só desejar um mundo melhor, precisamos também ser pessoas melhores e ajudar no crescimento e no desenvolvimento do próximo. Podemos ajudar de várias formas, dando força, incentivo, dedicação, paciência, atenção, conhecimentos...

Adoro aquela frase que diz:

¨Você pode dar o peixe, mas também ensine a pescar¨.
Não sou muito boa em frases e ditos populares, mas a temática da frase é clara e direta. Podemos matar a fome de muita gente com cestas básicas, calçar pés descalços com doações, ajudar um analfabeto a subir no ônibus certo, fazer sopões comunitários para matar a fome do pobre no final de semana ou em datas especiais como o natal..
....Enfim.
Tantas coisas podemos fazer, mas não passam de ações paliativas, que tem efeito efêmero demais para problemas que podem durar a vida inteira de uma pessoa.
Em vista disso, porque não qualificar a vida dessas pessoas? torná-las melhores, capazes e úteis.
É uma pena que a maioria delas já nasçam ocupando um lugar predestinado, excluídas da sociedade, jogadas à margem, classificadas como ¨pobres¨, ¨ralé¨, ¨pessoas sem classe¨, ¨ignorantes¨e ¨mal-educadas¨.
A divisão de classes gera o preconceito e cria uma barreira muito espessa, onde poucos conseguem ultrapassar, a não ser aqueles que são muito determinados ou tiraram a sorte grande, pois é o que parece: viver bem hoje em dia é ter sorte!!!
Mas para mim viver bem é um direito que temos desde que nascemos!!!
Não tenho riqueza para investir em projetos que possam dar qualidade de vida a classe pobre, mesmo porque os impostos pagos com muita dificuldade pelo ¨povo¨ e que vão parar nos cofres públicos é que ¨deveriam¨ser usados em prol do cidadão.
Mas, tenho riquezas ainda maiores, que dinheiro não compra e ladrão não rouba!
Me refiro ao amor que tenho pela vida e pelas pessoas. É ele que me dá forças, coragem e determinação para seguir por essa estrada, longa e cheia de desafios.
Minha comunidade, também pode ser a sua, em qualquer lugar do mundo. Ainda somos pequenos e nossa atuação ainda é modesta, mas já fazemos diferença.
Faça diferença você também!!!
¨Ensine alguém a pescar¨
Bons pensamentos e boas ações para todos!!!
Beijos!!!






terça-feira, 17 de novembro de 2009

Solidariedade


Saudações a todos!!!


Pensei muito antes de criar esse espaço, uma ideia que já latejava há tempos na minha cabeça. Mas, enquanto eu não tinha um bom propósito, fiquei na espera do momento em que surgiria a necessidade de estar aqui e escrever todas as coisas que acho importantes e que não gostaria de guardá-las só para mim.

Desde pequena sempre tive muitos sonhos e pressa para realizá-los. Hoje aos 31 anos já tenho minha própria família, sou mãe e esposa, tenho uma vida confortável, um trabalho gratificante e ainda continuo tendo muitos sonhos, que muitas vezes se perdem no tempo e no desejo apressado de se realizar.

Porém, meus novos sonhos mais tem a ver com os outros do que comigo, pessoas que ainda nem me conhecem e nem imaginam que eu gostaria muito de conhecê-las e ajudá-las de qualquer forma e de coração.

Andei mirabolando um plano de como manifestar essa ¨coisa boa¨ que cada vez mais me toma e me faz agir. Falo da bondade e da solidariedade, que gera em mim a vontade de fazer a minha parte e inspirar vocês a também fazer o que for possível para ajudar o próximo.

Quando eu era mais jovem, mas já com essa vontade de ajudar os outros, pensava sempre: quando eu tiver dinheiro vou ajudar os pobres! E sem perceber acabei estabelecendo uma condição para que isso acontecesse. A gente nunca pensa que o futuro é algo incerto, mas o tempo se encarrega de dar as horas e nos desperta para a realidade. Foi o que aconteceu comigo e, acredito que, com muitos de vocês. Contudo, a vontade de ajudar continua forte e é quando, movidos pela persistência, acabamos descobrindo que podemos ajudar mesmo sem ter dinheiro, pois a pobreza tem várias caras: a fome de alimentos, a fome de conhecimentos, a falta de instrução, a falta de um lar, até a falta de um consolo já nos deixa mais pobres, carentes de esperança.

Dias atrás, enquanto montava a nossa árvore de natal com as crianças, comentei com o meu marido que adoro essa época porque as pessoas ficam mais solidárias, mas que é uma pena que isso aconteça só nessa temporada, depois disso a vida volta ao normal e cada qual com seus problemas porque a época de ajudar já acabou. Parece ironia, mas é exatamente assim que acontece, não querendo generalizar, pois sei que uma pequena parte ajuda o ano todo e até vive em função disso. Porém, a grande maioria já se acostumou com essa ¨moda¨de ficar ¨bonzinho¨ no natal, nem que pra isso seja preciso se fantasiar de papai Noel.

As pessoas até criaram frases, que consideram sábias, para poder se esquivar e se livrar da responsabilidade de ajudar os outros. Quem já não escutou coisas desse tipo: Todo mundo tem problemas; Cada um carrega a sua cruz; Cada um tem o que merece. Até religiosas: Deus dá o frio conforme o cobertor e assim vai, um monte de desculpas para continuar omisso, o que pra mim é o mesmo que ficar cego da verdade e da realidade.

Longe de mim, escrever coisas que possam agredir e muito menos direcionar a qualquer pessoa a culpa desse descaso, o que faço apenas é escrever o que penso, são opiniões minhas que passo adiante com o único intuito de conscientizar aqueles que queiram, de livre e espontânea vontade, fazer diferença nesse mundo e não só seguir a vida de passagem e fechar o seu ciclo sem ter feito algo louvável.

Tenho em mente vários projetos e um deles já é real. Trata-se de uma comunidade chamada mulheres solidárias, mas entro em detalhes numa postagem mais adiante. Só quero chamar a atenção para as várias formas de ajudar, nem que seja só apoiando, afinal, a moral também precisa de estímulo.

Adorei passar a madrugada aqui, gastando as poucas horas que tenho para dormir, mas sinto que é por uma boa causa, uma grande causa!

¨Deus espera de todos nós um ato de compaixão¨


Até a próxima!!!